quarta-feira, 28 de setembro de 2011

De quando a pedra bruta se torna um lindo diamante

Olhando velhas fotos... lembrando como fosse ontem de quando conheci esse garoto com os olhos mais brilhantes que esse mundo já viu.
Era apenas um garoto assustado com medo do mundo, que se escondia atrás de uma máscara... 
Poucas foram as pessoas que puderam conhecer a verdadeira face dessa criança amada por todos que lhe cercavam.
Seu brilho foi o mais lindo e sublime que já conheci. 
Aquelas covinhas que surgiam a cada sorriso mostravam a inocência que ele tanto tentava esconder.
O tempo passou, e ele deixou de ser um garoto assustado. Brigamos muito... diziam que um dia estaríamos internados no mesmo asilo e ainda brigando por tudo.
Mas como era bom poder pelo menos brigar com ele.
Depois de um tempo era o que me restava. Talvez fosse a única forma de ver aquele sorriso.
E como era bom vê-lo crescer... lutar contra tudo e contra todos para alcançar os sonhos que tinha.
E como cresceu... e como evoluiu.
Faria qualquer coisa pra que ele estivesse aqui hoje. Se fosse preciso iria em teu lugar.
Mas ele nunca pertenceu a esse mundo... sempre foi maior do que tudo isso.
E eu sei que agora ele está brilhando em palcos muito maiores. Está regojizando outras plateias com sua voz perfeita, com seu rosto lindo e seu sorriso incomparável.
Ele deixou esse mundo tão cedo... e hoje o que posso fazer é esperar que realmente exista um mundo após esse. E que nesse mundo eu possa encontrá-lo apenas para dizer: Eu te amo. 
MERDA SEMPRE my diamond.
Big boy estará sempre aqui agarrado a lua esperando o dia de alcança-la. 


sábado, 24 de setembro de 2011

De quando se percebe que a solução é ser levado

"Preciso de ajuda!" ele dizia todas as noites a si mesmo. Mas quando chegava a manhã seguinte e encontrava quem poderia ajudá-lo desistia da ideia.
Até que ponto ele realmente queria ajuda. Ou será que a vontade dele na verdade não era simplesmente se deixar levar. Continuar dentro dessa bolha até ser completamente consumido por seus próprios sentimentos, ou a total ausência deles.
Ele adorava caminhar... e gostava de imaginar também. Na cabeça dele era tão claro, esperava ansiosamente o dia em que um carro percebesse um descuido seu e o atirasse para o alto fazendo com que tudo acabasse.
Ou então quem sabe um 'encontrão' inocente não fizesse com que alguém descarregasse todas as balas de um revólver em seu peito.
Ele não tinha o direito de fazer isso por conta própria. Não é certo causar uma dor igual no peito de quem lhe ama apenas para tentar apartar a sua.
Ah, mas como ansiava o dia em que alguém o tirasse dessa apatia nojenta que é viver.
Fazia exames de rotina regularmente, na pura esperança de descobrir algo terminal.
Passou a fazer sexo irresponsavelmente no desespero de contrair algo que fizesse sua dor aumentar ainda mais, até que não coubesse mais dentro de seu universo medíocre.
Mas nada acontecia.
"Vida maldita... qual o sentido de continuar com essa respiração que me rasga o peito?"
Ninguém soube responder.
Fumava cada vez mais, a cada trago sonhava com um câncer que o destruísse de vez...
Bebia também, quando convinha, quando podia, quando não podia.
Corria riscos à toa.
Mas nada funcionava.
E até hoje nada funciona.
E sei que ele vai continuar assim. Passo a passo, lágrima a lágrima.
Olhando a lua e sonhando com o dia que se juntará a ela. A ele.
"Se é tão mais fácil por que é tão injusto?"
Outra pergunta sem uma maldita resposta.
"Mas ajuda pra que?"
Ele já mudara de ideia... afinal se ele mesmo não vê sentido em nada disso, não vale a pena continuar.
Agora é sentar à beira do mar da vida e esperar pacientemente que suas lágrimas aticem a onda que o levará para longe.
Esperar...


Esperar...




"Esperar..."  

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Les Diaboliques

Henri-Georges Clouzot muito obrigado por essa pérola do cinema.
Quem assistiu e gostou de Diabolique (versão americana desse clássico de 1955) com Sharon Stone e Isabelle Adjani não pode deixar de assistir a versão original recheada de atuações sutis e dosadas sob a tutela desse gênio que foi Clouzot.
O filme em preto e branco enche de cores a mente do espectador fazendo com que cada nuance do elenco seja literalmente pintada a mão na pupila de quem está em frente a tela.
Uma obra de arte do suspense.
Prova de que não são necessários gritos, maquiagens extravagantes e nem mesmo trilha sonora ponteada para deixar o público grudado na cadeira durante os 120 minutos do filme.
Simone Signoret consegue extravasar sensualidade sem mostrar nada mais que as mãos e o rosto durante todo o filme.
Vera Clouzot mostra que exagero dosado é a fórmula mágica do suspense francês.
Um filme imperdível para os fãs do gênero.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

formspring.me

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Sobre como perder a vida sem ter o direito de morrer

Eu já morri. Fato. Isso é indubitável.
A pior parte de perder a vida é ter que continuar vivendo.
Você procura em cada canto um motivo, uma razão que faça com que você acredite que há a necessidade de permanecer neste mundo.
Você se afoga em trabalho. Tenta coisas novas. Você encontra em alguém um motivo pra pelo menos respirar aliviado.
Você quer fazer bem a algumas pessoas selecionadas. Você as escolhe por afinidade, por merecimento.
Eu escolhi as minhas. Quero vê-las crescer, brilhar, alcançar seus objetivos.
Taci, Lis, Dani, Gu...
Só eu sei o quanto quero vê-los felizes. Dando certo. Crescendo cada vez mais e sendo felizes...
Talvez seja uma projeção. Sei que não alcanço mais isso.
Quando se está morto não se sente mais com a mesma intensidade.
Minha única alegria é vê-los felizes.
Mas parece uma maldição.
Tenho medo de me aproximar das pessoas.
Parece que sempre que me aproximo, por mais que queira fazer o bem a elas...
Todos que se aproximam de mim se machucam de uma forma ou de outra.
Queria poder me isolar do mundo. Me fechar em uma bolha e sair apenas carregado direto para uma cova.
Mas seria injusto.
Não posso fazer com que pessoas que realmente me amam sofram o que eu sofro.
Não desejo a morte em vida a ninguém.
Isso é apenas um desabafo. Não quero compaixão. Detesto compaixão.
Mas desde sempre que só me abro com palavras derramadas em uma superfície branca.
Pois que seja.
Peço desculpas a todos que machuquei.
Sei que não foram poucos. Mas não foi minha intenção.
Sinto falta de respirar.
Era tão bom.
Sentir o ar realmente invadindo os pulmões.
Você percebe que morreu quando respirar deixa de ser orgânico e passa a ser uma técnica.
Vou continuar trabalhando. Não por mim... mas por que é a única forma de continuar aqui...
Quanto aos meus selecionados.

Taci... você é uma estrela. Uma estrela nata com brilho próprio. É impossível não te notar. Você tem o carisma que muitos lutam anos para alcançar e não chegam aos seus pés. Só você sabe o quanto já me ajudou. O quanto foi importante para meu crescimento. É sempre um prazer estar ao seu lado.

Lis... você é meu maior orgulho. Sinto que fui útil. Seu crescimento. Sua responsabilidade. É lindo ver a mudança daquela criança que foi minha aluna em 2006 para essa mulher que se torna minha parceira de cena em 2011. Com você alcancei o sonho de qualquer professor. A imortalidade em pelo menos um aluno.

Dani... músico talentosíssimo. Um irmão. Aquele que a vida não me permitiu ter. Alguém que lutou contra todos e acreditou em si, mesmo quando parecia que nada daria certo não desistiu. Um exemplo. Alguém que me mostrou uma nova perspectiva. Alguém que finalmente acreditou em mim 100%. Eternamente grato.

Gu... acabei de te conhecer... e por isso te admiro tanto. Minha inspiração. Tua entrega fora do comum. Sua luta pra permanecer na arte. Sua humildade. Seu carisma. Você me deu um motivo pra sorrir de novo. E nada me deixaria mais feliz do que ver você sempre com seu lindo sorriso estampado no rosto. Você merece as estrelas. E vai alcançá-las mais rápido do que imagina.

Me perdoem por qualquer coisa... e saibam que quero ver vocês felizes sempre. E farei TUDO que estiver ao meu alcance para que os seus sonhos se realizem.
Esse é meu único motivo agora...
Vocês...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os dias que antecedem o fim

Amanhã sai meu vôo para Curitiba...
Finalmente a estreia nacional do espetáculo "Os dias que antecedem o fim".
Desde 2005 quando foi escrito tento montar esse espetáculo.
Em 2009 fiz uma montagem (que acabou não funcionando) que me deu a oportunidade de trabalhar com a excelente Renata Villaça.
No final do ano passado quando decidi remontar a peça com cara nova, Renata tinha acabado de dar a luz e agora o espetáculo conta com um elenco que é pura química: João Miller, Patrícia Ferreira, Taciana Lacerda e eu.
Um processo maravilhoso que marcou cada um dos atores...
E agora está chegando a hora...
Dia 30/03 às 19 horas na Sala Londrina estreiaremos...
Resultado de quase seis meses de processo e trabalho árduo por parte dos atores...
Só tenho a agradecer a confiança que depositaram em mim.
Agora é esperar a oportunidade de temporada em São Paulo...