quarta-feira, 11 de novembro de 2009

To Trust or not to Trust?


Por que a confiança é tão dificil de alcançar?


Às vezes fico me perguntando: "É realmente possível confiar 100% em qualquer pessoa?"


Essa pergunta não cala. Pra variar um pouco estou em um relacionamento, e por incrível que pareça, confio na pessoa.


Obviamente não confio 100%. Com meus antigos relacionamentos aprendi a duras penas que nunca devemos depositar toda nossa confiança em alguém.


Na verdade não posso confiar plenamente nem mesmo em mim (que tenham certeza, quero meu melhor) quem dirá nos outros.


Me entreguei inteiro por duas vezes. Na primeira ganhei um desfile de infidelidades (depois de determinado tempo de ambas as partes), na segunda perdi praticamente todos meus amigos (menos uma, o que me leva a crer que era a única verdadeira).


Mas afinal o que é confiar? Como alguém pode ter certeza que o outro não cometerá erros? Quem garante que o "erro" que o outro cometeu não é apenas o "acerto" dele?


É tudo muito psico-filosófico pra mim (com hifen mesmo, primeiro por que quero que a nova regra ortográfica vá para o inferno, segundo por que a palavra nem existe mesmo), às vezes prefiro não pensar e viver. Carpe diem, carpe uomini...


Pra que ficar me preocupando com quem pode ou não dar mancada comigo. Posso morrer amanhã e não descobrir as mancadas, mas quem garantirá que elas não ocorreram.


Chego a conclusão que, em algumas situações, a ignorância (e que fique claro o significado da palavra ignorância enquanto "desconhecer algo") é a melhor amiga de um homem.


Se você for traido e nunca descobrir levará uma linda relação que, se acabar, será provavelmente amigavel. Porém ao descobrir, além de corno, será um divorciado revoltado.


O que é melhor? To know or not to know, that IS the question?

I just know that I don't know what I want to know...


sábado, 31 de outubro de 2009

O Autor


Infelizmente a temporada do espetáculo "O Autor" está acabando.

Ficaremos em cartaz até dia 07/11 sempre aos sábados às 23h59 no Teatro Commune.
O texto e a direção são minhas e conto com um elenco maravilhoso (dentro e fora dos palcos) composto por Fátima Barros (Bruno Tauro), Felipe Barros (Alex Vittori), eu (Ricardo Duarte) e a lindíssima Renata Villaça (Tina de Gris).

Complexidade da Razão


A cada dia que passa me convenço mais que não passamos de números.
Somos rotulados e estamos constantemente expostos em vitrines em promoção.
É tão difícil entender que não sou um produto pra ser vendido assim?
As pessoas esquecem que somos humanos, pessoas racionais que respiram e tem sentimentos próprios.
Vivemos num mundo onde somos 1 em 5678355 habitantes. Temos expectativa de vida de 68 anos. Devemos tomar 7 litros de água por dia. Nossa atenção máxima é de 20 minutos em 1 assunto. Pensamos 24 horas por dia, mesmo quando dormimos. Devemos fazer 3 refeições diárias. Bater meta de 50 % de conversão ligação-venda. Bater meta de 5 placas residenciais colocadas. Bater meta de 15 vendas-dia. Ler 15 minutos por dia. Mastigar 15 vezes o alimento. Ter 90 batimentos cardiacos por minuto. Pressão 11x8. Colocar 20 litros de gasolina no carro. Vivemos a base de números.
Ninguém percebe que não somos calculadoras, computadores our qualquer tipo de máquina que seja.
Cansei de ser taxado. Não quero ser etiquetado. Quero poder ser eu mesmo sem me preocupar com quem vai me pagar por isso.
Quero poder almoçar a hora que quiser sem precisar dosar a quantidade. Sem pesar o prato.
Quero poder viver sem racionar e dividir meu amor entre as pessoas.
Não aguento mais as pessoas me perguntando: " De zero a dez quanto foi nossa trepada?" "Você confia em mim 100%?" "Metade de mim quer ficar com você mas o aoutra metade tem medo!"
Não somos subdivisiveis. Ninguém pode se entregar 75%. Somos inteiros e assim devemos viver nossas vidas. Sendo inteiros a todo momento. A cada coisa que fizermos.
Se nos entregarmos 100% em tudo deixaremos que nossa vida seja vivida inteira e não precisaremos nos preocupar em contar quanto tempo perdemos esses anos todos.

Sentimentos reprimidos no vácuo mental entre o pulo e o grito


Cadeira reclinável, um copo de café, um cigarro atrás do outro, foda-se o pulmão.A espuma flutuante da onda itinerante que molham os meus pés fora do chão.Três corações displicentes, dois irreverentes, um sem rumo nem direção.Palavras soltas na folha em branco nos dão peso e medida e trazem interrogação.Interrogação?Interrogação!O dedo na ferida, o pus escorrendo da testa a ponta dos dedos da mão.O sangue coagulado, faz com que doa mais a cabeça que o coração.A lua branca, com seu olhar de faca, retalha a imaginação.Imaginação?Imaginação!Entre o pulo e o grito fugindo do infinito, se esconde em São Sebastião.No vácuo incorrigivel dos sentimentos reprimidos a luta pela salvação.A inconstância dos sentidos me faz perder o tato, paladar, olfato, visão e audição.A pergunta que repito todos os segundos, serei eu ou apenas confusão?Confusão?Confusão!O inferno a dois passos, o céu inalcansavel e na terra minha perdição.O sim sempre negável, talvez é afirmável, o que repete sempre é não.A vida é um pedaço de pão amanhecido que esfarela em minha mão.O mundo é escroto, o amor um nervo exposto, o ódio é só negação.O que vale é o sentido insensível dos sentidos, talvez só premonição.Premonição?Ou não!